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Resolução Setorial Sindical: Botar o bloco da Ação Libertadora dos Trabalhadores na rua pela revogação da Deforma Trabalhista

O governo golpista de Michel Temer promoveu um duro golpe nas condições de trabalho do povo brasileiro. As condições, que já não eram fáceis, se deterioraram bastante. A chamada “negociação livre”, que a burguesia tanto gosta de divulgar como se fosse uma grande conquista do povo, nada mais é do que a abertura do caminho para uma chantagem direta entre o patrão burguês e o trabalhador empregado, onde o trabalhador apenas deve aceitar as condições impostas de cima para baixo do seu patrão.

Através de discursos propagados pelos servos da burguesia, é divulgada a ideia de que a classe “empresarial” (burguesa) é a salvação do nosso país. Veículos de comunicação realizam, a todo o instante, a criminalização dos sindicatos e movimentos sociais. Os trabalhadores estão sendo levados a acreditarem que é justamente sua união e capacidade de mobilização que os prejudicam. Nada mais absurdo do que isso.

O chamado “novo sindicalismo”, surgido nos anos finais da ditadura militar, foi responsável por grandes greves, notoriamente as greves do ABC paulista nos anos 80. Apesar disso, o movimento se tornou envelhecido e engessado por sua burocracia. É preciso observar que essa situação não pode se manter, sob o risco dos trabalhadores ficarem sem representação, ou pior, que seu espaço seja ocupado por organizações à direita. Esse risco é muito claro quando observamos o apoio à criminalização da política e às tendências reacionárias entre os trabalhadores.

É necessário um novo modelo de organização, mais moderno e menos burocrático. Um movimento que dispute a simbologia dos movimentos reacionários, como as conhecidas camisetas da seleção e as cores verde e amarela. Essa tática facilitará nosso dever de atrair os patriotas brasileiros e direcioná-los para uma luta que defenda o Brasil verdadeiramente, o oposto que está ocorrendo agora com os movimentos autoproclamados “patriotas”.

Os trabalhadores mais jovens devem ser o foco de recrutamentos. Estamos cada vez mais nos distanciando desse setor, o que abre espaço para o reacionarismo crescer nesse meio. O motivo desse setor ser tão importante é a sua potencialidade revolucionária e vontade de lutar, pelo fato de muitos ainda não terem constituído família e ainda não estarem burocratizados pela velha estrutura sindical.

É preciso sempre dizer que não se dá para enfrentar o patrão individualmente, ou querer condições dignas de trabalho diante da atual legislação. Desvalorização real do salário mínimo, fracionamento das férias, uma jornada de trabalho diária maior, dentre diversos outros pontos a serem destacados dentro da reforma criminosa do governo Temer, que não serão contornados de forma individual, mas, sim, somente através da luta coletiva.

Algo que está bastante na moda nos últimos anos é a ideia de “seja seu próprio patrão”, com principal destaque aos chamados “empreendedores”, o tal discurso do “empreendedorismo”. Essa ideia, inclusive, é utilizada como propaganda burguesa para atrair trabalhadores para trabalhar em condições extremamente desfavoráveis, fazendo-os pensar que são seu próprio patrão (a chamada “uberização do trabalho”). Nada mais falso! Outro risco diz respeito aos trabalhadores que saem de seus empregos em busca desse ‘sonho’, investem em negócios que não dão certo, como os pequenos negócios próprios que são esmagados pela desleal concorrência, ou mesmo trabalhando para grandes franquias que os exploram à exaustão, e acabam ficando sem emprego e com uma dívida astronômica que eles não têm condições de pagar. A burguesia tem tanto orgulho da propagação dessa mentalidade que tem a audácia de pagar jornais para realizarem matérias nas quais trabalhadores, sem CLT, sem nenhuma proteção, nem mesmo médica, que trabalham, por exemplo, vendendo doces em sinais e transportes coletivos, são chamados de “empreendedores” e/ou “trabalhadores autônomos”, e que seus exemplos devem ser seguidos por boa parte da população. Quem mora nas capitais pode ver muito bem as reais condições desses “empreendedores” dentro dos trens e ônibus. Até mesmo crianças são vítimas dessa situação.

O movimento sindical deve ter um posicionamento consequente em relação às eleições presidenciais que se aproximam. Diante de toda a perseguição de Lula pelo judiciário, que resultou em sua prisão, precisamos nos adaptar. Não podemos ter ilusões em relação a sua candidatura, pois ele mesmo abriu mão dela quando se entregou para a Polícia Federal. Devemos ter como objetivo principal a revogação de todas as contrarreformas de Temer. O candidato de esquerda que mais tem condições de ganhar as eleições é o companheiro Ciro Gomes. Além de ter um projeto nacional e popular para o Brasil, se comprometeu firmemente a revogar a reforma trabalhista e as desfazer as entregas antinacionais ao imperialismo, como a do pré-sal. Não devemos nos agarrar ao lulismo, tendo em vista que os interesses do Brasil e da classe trabalhadora estão acima de interesses individuais de uma pessoa ou de um partido.

Portanto, a Setorial Sindical da A Marighella – CPR – deve se empenhar para construir uma luta sindical forte, renovada, sem amarras burocráticas e integrante à luta maior de libertação da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

Vamos construir um forte movimento classista, combativo, unido, consequente e revolucionário! É hora de botar o bloco na rua da Ação Libertadora dos Trabalhadores! Revogar a Deforma Trabalhista! Impedir o fim da aposentadoria com a Deforma Previdenciária!