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Independência ou Bolsonaro? A necessidade dos Comunistas do Brasil disputarem o verde e amarelo

Desde a fundação de nosso Partido, temos que responder alguns questionamentos, e não raro, a pior, temos que enfrentar eventuais ataques de setores desorientados do esquerdismo, tudo sobre o fato de abertamente disputarmos o verde e amarelo, assim como todos os símbolos pátrios que são de pertencimento popular: da bandeira nacional aos hinos, em especial o hino nacional e o da independência.

Deste modo, não é por acaso que a bandeira de nosso Partido carrega as cores verde e amarela, que ao receberem a estrela vermelha (de cinco pontas) do internacionalismo proletário (a estrela vermelha do Comunismo), e ao receberem as letras vermelhas de nosso nome (A Marighella) – uma homenagem ao Comandante Carlos Marighella, ainda vivo e presente em nossa caminhada (uma homenagem A Marighella, ou simplesmente A (organização – substantivo oculto) de Marighella) -, enfim, as cores verde e amarela, ao receberem o vermelho nas disposições aqui elencadas e nos tamanhos previstos em nosso Estatuto, definem a nossa bandeira em torno da justa causa revolucionária do Socialismo Popular Brasileiro – ora o Socialismo científico, alcançado pela ciência revolucionária do marxismo-leninismo, aplicado a partir da realidade pátria, a partir do que seja o povo brasileiro, a partir do que seja o Brasil, questões desenvolvidas em teoria e prática pelo pensamento-ação do Comandante Carlos Marighella (o que denominamos por marighellismo). Por isso, somos brasileiros, patriotas, internacionalistas e revolucionários. Por isso, A Marighella – CPR é marxista-leninista-marighellista. Por isso, somos Comunistas do Brasil, pois a luta final é a luta pelo Comunismo em todo o mundo, que possui antes em nosso país o estágio indispensável do Socialismo Popular Brasileiro. E a etapa da luta pelo Socialismo no Brasil é hoje a etapa nacional-libertadora, o que nos move a lutar pela libertação nacional e pela segunda (e definitiva) independência de nosso país! 

Em dias como o 7 de setembro, em que é lembrada a agenda da independência nacional, marcada pelo símbolo do grito do Ipiranga, tem-se novamente uma tarefa central para os Comunistas do Brasil: a necessária disputa dos símbolos pátrios que são de pertencimento popular, ou que precisam ser de pertencimento popular, haja vista a ignorância massiva sobre a história brasileira.

Saber profundamente ser brasileiro, saber ser brasileira, isso são noções existenciais mínimas de quem se coloca na missão de formar uma vanguarda revolucionária da classe trabalhadora deste país, ou simplesmente uma vanguarda revolucionária do povo brasileiro. As lições das revoluções do século XX, que ousaram concretizar o Socialismo em meio a um mundo capitalista, e cumpre dizer em fase superior imperialista, todas, sem exceção, trabalharam em agitação e propaganda com símbolos nacionais e populares, inclusive resgatando as tradições combativas históricas de seus respectivos povos. Por qual motivo no Brasil deveria ser diferente? Não há contradição entre o internacionalismo proletário e a luta patriótica pela libertação nacional, ainda mais em um país neocolonizado como o nosso. Quem enxerga contradição, ou ainda não compreendeu o marxismo-leninismo, ou sofre das dores mentais do esquerdismo (em Lenin, “Doença Infantil do Comunismo).

Há quem ridiculamente faça manifestação dogmática de Marx resgatando trecho do Manifesto do Partido Comunista, que apontava que a classe trabalhadora não tem pátria, o que não deixa de ser verdade, e por isso defendemos o internacionalismo proletário; porém, quem faz uso dogmático desse trecho ignora, de modo estúpido, a fase superior imperialista em que vivemos hoje, ignora a formação dos estados-nações, com pertencimento simbólico das massas populares, e com seus territórios e fronteiras regulares, ignora a neocolonização de todos os tipos que sofremos no Brasil. Há também quem gaste tempo endossando a versão monarquista sobre as cores de nossa bandeira, afirmando que o verde representaria a Casa de Bragança (casa da de Dom Pedro I) e o amarelo representaria a Casa de Áustria (casa de origem da imperatriz Dona Leopoldina, filha do imperador da Áustria, representante da Casa Habsburgo/Lorena), para tanto ignorando inclusive o próprio decreto imperial de 18 de setembro de 1822, no qual Dom Pedro I afirma que as cores verde e amarela estariam vinculadas às belezas e riquezas naturais de nosso país. Ignoram, igualmente, que mesmo por eventualidade sendo certa a motivação monarquista nas cores da bandeira, a verdade é que desde a proclamação da república (1889), com a posterior substituição das armas imperiais pelo céu azul, claramente das melhores imagens da natureza brasileira, o “pendão da esperança“, o “pavilhão da justiça e do amor“, tornou-se em definitivo um “querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil“, uma expressão massificada, nacional e popular. Ignorar isso é ignorar as escolhas do nosso povo, da nossa brava gente, algo evidentemente anticomunista, pois os comunistas devem servir ao povo de todo o coração, e antes de servir é preciso entender e aprender com o povo!

Fundamental frisar que ou os Comunistas do Brasil disputam o verde e amarelo, e demais símbolos pátrios de pertencimento popular, ou as expressões políticas reacionárias e ultrarreacionárias tomam esses símbolos, distanciando ainda mais os comunistas do povo, e envenenando as massas populares com acusações tacanhas de total anticomunismo, isso ocorreu no passado e segue a ocorrer hoje. E ocorre justamente porque há muito tempo, as forças políticas que se afirmam comunistas em nosso país decaíram em um sectarismo esquerdista dogmático, em um fetichismo vermelho de foice e martelo, ou em um eleitoralismo liberal (semelhante ao eurocomunismo), além de estarem sistematicamente errando em suas análises conjunturais, além de estarem viciadas no identitarismo disperso do pensamento contrarrevolucionário pós-moderno. Para piorar, quase todas essas forças não conseguiram superar o petismo de suas relações políticas prioritárias, isto é, o PT é a relação política prioritária da maioria das forças políticas que se afirmam comunistas em nosso país, e o antipetismo, mesmo diante da tragédia do Governo Bolsonaro, segue uma força majoritária na sociedade brasileira.

A visão dos atos contra e a favor do impeachment, entre 2015 e 2016, marcou bem o imaginário popular de que o verde e amarelo estaria com quem “lutava contra a corrupção do PT“, e de que o vermelho estaria com os “petistas corruptos“. Em 2018, Jair Bolsonaro seria eleito Presidente, sem grandes dificuldades, com um discurso político fortemente antipetista e falsamente nacionalista. A estética verde e amarela seria impulsionada pelo bolsonarismo. Por sorte, mesmo diante de uma série de erros recentes, e mesmo diante de debilidades ideológicas profundas, mais por pragmatismo eleitoral, a esquerda brasileira hegemônica (social-democrata/social-liberal) tem percebido aos poucos o erro de ter abandonado os símbolos pátrios. Entretanto, essa percepção ainda é muito encurtada, o que facilita o trabalho do bolsonarismo nas massas, mesmo com um governo de desastre social e econômico.

Recentemente, nessa mesma linha, Bolsonaro pediu para que seus apoiadores vestissem verde e amarelo no dia de hoje, 7 de setembro, data de enorme simbolismo para o povo brasileiro. Em resposta débil, setores da esquerda hegemônica (social-democrata/social-liberal), especialmente direções de entidades estudantis vinculadas a esses setores, resolveram promover uma campanha em redes sociais para o uso de vestimentas pretas neste dia. O plano de fundo dessa atitude é um anacronismo sem nexo relacionado com o “Fora Collor“, mesmo sendo cenários muito diferentes. Assim, caindo em mais uma pauta diversionista do Governo Bolsonaro (novamente sobre cor de roupa), a esquerda ainda hegemônica e suas juventudes partidárias, além de colaborarem com a deseducação política da juventude estudantil, que cada vez mais abandona as raízes do povo brasileiro em tempo de globalização dominada pelo imperialismo (principalmente no campo da cultura), resolveu diretamente ajudar Bolsonaro no convencimento das massas populares de que ele seria uma representação simbólica de patriotismo, quando em verdade não passa de um governo entreguista, vende-pátria, submisso aos interesses dos Estados Unidos. Mas na guerra da comunicação, na batalha dos símbolos, lamentavelmente, o conjunto do campo progressista tem sido derrotado por devaneios esquerdistas, conforme o relatado. 

Para nós, da Organização A Marighella – Construção do Partido Revolucionário, não há qualquer dúvida sobre a necessidade dos Comunistas do Brasil disputarem o verde e amarelo, bem como demais símbolos pátrios de pertencimento popular. Assim como ampliar o estudo das raízes mais profundas do povo brasileiro, para justamente potencializar outros símbolos combativos que precisam ser de pertencimento popular.

Para nós, da mesma forma, a questão nacional, a questão da libertação nacional, o combate pela nossa soberania, são agendas imediatas, que não permitem concessão, como agora fazem setores liberais da esquerda, que infelizmente ainda é hegemônica em nosso país, no caso da Base de Alcântara (PCdoB/PDT/PSB), votando a favor de Bolsonaro, e como fizeram no passado recente no tema dos leilões do pré-sal e em outros temas da nossa soberania (PT e os antigos governos petistas). Para nós, o Brasil e o povo brasileiro trabalhador (expressão local da classe trabalhadora) são prioridades máximas, e a partir desses, devemos buscar a amplitude e a unidade, tão necessárias, para superar o Governo Bolsonaro, e também para superar uma esquerda que tem vergonha (ou medo) de ser brasileira. Porque nós, cumprindo a razão de Marighella, temos muito orgulho de ser brasileiros e brasileiras.

Outrora, durante a luta contra a ditadura militar, em seu clássico Minimanual do Guerrilheiro Urbano, assim ensinou o Comandante Carlos Marighella: “O guerrilheiro urbano é um homem que luta contra uma ditadura militar com armas, utilizando métodos não convencionais. Um revolucionário político e um patriota ardente, ele é um lutador pela libertação de seu país, um amigo de sua gente e da liberdade”.

Viva o Brasil! Viva o Povo Brasileiro! Viva o Socialismo Popular Brasileiro, o Socialismo verde, amarelo e vermelho!

Longe vá temor servil, ou ficar a Pátria Livre, ou morrer pelo Brasil!