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A Amazônia é nossa: Parem de destruir! Parem de entregar!

O dia 10 de agosto de 2019, também lembrado por “Dia do Fogo”, ficou marcado pela provocação criminosa de uma série massiva de queimadas nas zonas de preservação da região amazônica. Incentivados pelas palavras de Jair Bolsonaro, fazendeiros e grileiros, ora principais suspeitos, teriam incendiado a Floresta Amazônica, para pavimentar a exploração agropecuária e o garimpo na região.

Com grande apoio da bancada ruralista, Bolsonaro se elegeu, e desde então setores do agronegócio sentem cada vez mais que não possuem limites ambientais para a busca incessante do lucro. Pelo mesmo motivo, isto é, pela eleição de Bolsonaro, indígenas e quilombolas encontram-se em situação de risco constante. E toda a rede institucional de preservação do meio ambiente, ainda que extremamente limitada no Estado burguês, está muito mais fragilizada agora com a administração bolsonarista de Ricardo Salles (Partido Novo), um ministro que tem como objetivo a maior destruição possível da natureza brasileira. 

Em meio a tudo isso, Bolsonaro isola-se em descrédito nacional e internacional, gerando manifestações espontâneas, primeiras capas jornalísticas por todo o mundo, sátiras, etc., enfim, rebaixando a imagem do Brasil no exterior. Entretanto, há uma questão fundamental nesse “apelo mundial”, que na internet “viralizou” como “#PrayForAmazonia” (“Rezem pela Amazônia”). É que para além das justas preocupações de determinadas personalidades e de alguns grupos internacionais sérios e progressistas, a verdade é que os países imperialistas estão em esforço real para fomentar a ideia de que a Amazônia é um patrimônio mundial, ou seja, de que a Amazônia não é nossa, não é do Brasil, não é do povo brasileiro. Nesse caso, a Amazônia pertenceria a uma ordem global de preservação, isto é, seria na prática gerenciada pelos países imperialistas, que após séculos de destruição da natureza de seus próprios territórios e de devastação dos ambientes das nações colonizadas, teriam finalmente a missão neocolonizadora de preservar a nossa Amazônia. E há no campo progressista quem acredite nesse conto de fadas.

Não se pode negar que na prática, por meio de determinadas ONGs (organizações não governamentais), os países imperialistas já administram ilegalmente grande parte do território amazônico. A ocupação estrangeira na Amazônia começou décadas atrás, e só tem sido acentuada nos últimos anos. Durante os Governo Lula e Dilma (PT), de 2003 a meados de 2016, além da presença de centenas de ONGs manifestamente vinculadas ao imperialismo, o agronegócio e o o garimpo, na maioria das vezes também vinculados à setores da burguesia internacional, seguiram o seu poderio sobre a Amazônia (gráfico abaixo do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) comprova). Agora, com Bolsonaro (PSL), o estrago está sendo evidentemente maior, pois o próprio não apresenta qualquer apreço, nem simbólico, pela região amazônica, além da sua relação eleitoral com aqueles setores econômicos historicamente agressivos com o meio ambiente.

Taxa de desmatamento anual na Amazônia Legal (km²)

Apenas para assegurar a verdade na denúncia contra determinadas ONGs e fundações, que são sim instrumentos imperialistas, fazemos questão de citar algumas das quais estão na Amazônia roubando a nossa biodiversidade e todas as nossas riquezas naturais há muito tempo: Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (CIDA); Fundação Ford; Club 1001; Both Ends; Survival International; Conservation International; Fundação Interamericana (IAF); Fundação MacArthur; Fundação Rockefeller; Fundação W. Alton Jones; Fundação Mundial para a Natureza (Word Wide Fund for Nature—WWF); Instituto Summer de Linguística (SIL); National Wildlife Federation — NWF; The Nature Conservation —TNC; Grupo de Trabalho Europeu para a Amazônia; União Internacional para a Conservação da Natureza (UNIC); World Resource Institute — WRI; Conservation International (CI).

Essa última ONG, a Conservation International (CI), está vinculada diretamente ao Banco Mundial e a USAID (Associação Internacional de Desenvolvimento). No Peru, a CI atua em localidades com grandes reservas naturais e de petróleo, curiosamente em espaços de concessões à Mobil Oil e à Shell, grandes petrolíferas internacionais. No Brasil, os interesses dessa ONG estão concentrados no Golfão Marajoara (Foz do Rio Amazonas), curiosamente onde também já se encontram a British Petroleum Amoco e a Exxon-Mobil, grandes petrolíferas estrangeiras.

A relação promíscua entre determinadas ONGs e países imperialistas, ou mesmo com forças locais da reação, ou simplesmente com atores da burguesia internacional, é algo antigo, que não é uma mera “teoria conspiratória”. É algo concreto, realista, algo comprovado historicamente no Brasil e em diversos países do mundo. É evidente que existem ONGs sérias, comprometidas com causas justas, ainda que limitadas politicamente. É evidente que existem associações de proteção ambiental ou de proteção animal, que embora possam ser criticadas por suas limitações políticas e por seu eventual foco inumano, ainda assim, merecem devido respeito e compreensão dos comunistas. Porém, estamos a tratar aqui de bandidos imperialistas, de piratas que fingem ajudar os povos originários da Amazônia para facilitar o assalto de nossas riquezas nacionais.

Por isso, consideramos de atividade suspeita qualquer ONG no Brasil que receba financiamento direto de capital estrangeiro. Dizer isso não é coadunar com Bolsonaro, muito pelo contrário, pois esse foi abertamente financiado por Israel e por setores ultrarreacionários dos Estados Unidos e da Europa em sua eleição. Não por acaso está privatizando o Brasil, entregando tudo que é nosso, destruindo a economia nacional.

Com a convocação do G7 (grupo dos países economicamente mais poderosos do mundo) feita por Macron, Presidente da França, para que discutam com “urgência” o que “se passa na Amazônia”, fica claro o interesse externo em nossas riquezas. E mais claro ainda a necessidade da defesa da soberania de nosso povo. Somente alguém incauto, ou desprovido de um mínimo conhecimento político, ou por total má-fé, e nesse caso serve ao imperialismo, pode acreditar que Macron esteja de fato preocupado com a Amazônia. Está mais do que na hora de desconfiar publicamente de setores irresponsáveis do campo progressista que abertamente agitam por invasões imperialistas “em defesa do meio ambiente”, pois a Amazônia seria uma questão global, equivocadamente chegam a afirmar ser nossa floresta o “pulmão do mundo“, quando em verdade é o “ar condicionado mundial“. Alguns desses setores chegam a pedir indiretamente pela desintegração do território nacional com possíveis estados indígenas autônomos, algo que o imperialismo europeu e o imperialismo ianque sempre sonharam. Não aceitamos a destruição bolsonarista, mas também não aceitaremos esse entreguismo vergonhoso!

De todo modo, a situação infelizmente é muito preocupante, haja vista que as queimadas na Amazônia Legal não parecem ter fim, destruindo toda a fauna e a flora, matando a nossa biodiversidade, devastando o presente e o futuro do meio ambiente brasileiro. Verdadeiramente, precisamos colocar a desconfiança no propósito real do Governo Bolsonaro. Afinal, durante a sua campanha eleitoral, Jair Bolsonaro afirmou que “Amazônia não é nossa”, defendendo a abertura da região para exploração, ou seja, defendendo mais entrega e mais destruição. Então candidato, Bolsonaro disse que a Amazônia era “vital para o mundo”, e que se fosse presidente buscaria “parcerias internacionais” na região.

Dessa forma, é necessário agitar a desconfiança sobre o fato de que todas as queimadas podem fazer parte de um plano do Governo Bolsonaro para, após pressões internacionais, justificar a entrega oficial de parte do território amazônico, por meio de uma aceitação de ajuda externa, que nada mais seria do que uma intervenção imperialista em território nacional. 

O Brasil sabe combater incêndio florestal! O Brasil pode cuidar sozinho da Amazônia! Não fosse o Presidente da República deliberadamente querer colocar fogo na soberania nacional, o caso já estaria resolvido. 

A Amazônia é nossa: Parem de destruir! Parem de entregar!