Mais uma vez forças golpistas, ora títeres do imperialismo ianque, buscam derrubar o Governo Maduro com uma tentativa de golpe. Dessa vez a tentativa ainda está em curso.
Lamentavelmente há enorme chance de um conflito armado na região, e há sim possibilidade de participação do Brasil, haja vista a posição de Bolsonaro e de seu ministro de relações exteriores, que já reconheceram o mais novo golpista como mandatário interino venezuelano, subordinando a política externa brasileira aos interesses de Donald Trump, além de romper com uma tradição nacional de mais de um século sem participação em conflitos armados com países vizinhos.
De toda sorte, o vice-presidente, General Mourão, acaba de dizer que o Brasil não deve participar de qualquer intervenção na Venezuela.
Nicolás Maduro foi reeleito apenas para um segundo mandato, em eleições acompanhadas por dezenas de delegações internacionais no ano passado, por meio do mesmo sistema eleitoral que em 2015 resultou em vitória da oposição nas eleições legislativas. O golpista de ocasião, Juan Gaidó, então presidente da Assembleia Nacional, nem concorreu durante o último pleito presidencial. Não há qualquer lógica em sua manifestação como “presidente interino”. A única lógica desse ato golpista, apoiado por Bolsonaro e Trump, é a derrubada do Governo Maduro para instalação de um governo de ocupação ianque na Venezuela.
A verdade é clara: os Estados Unidos e a União Europeia, tão pouco os fantoches do Grupo de Lima, muito menos o pós-moderno governo canadense, outro fantoche ianque, nenhum desses, estão interessados em resolver os dilemas econômicos e as limitações da Venezuela. Todos esses somente querem desestabilizar o país com mais embargos econômicos, com articulações golpistas, com guerra civil se for preciso, para finalmente saquear o petróleo de um dos maiores produtores petrolíferos do mundo. Se quisessem ajudar a Venezuela, primeiramente suspenderiam os embargos criminosos.
Vale recordar que a Argentina passa por gigantes necessidades econômicas, sem qualquer embargo, somente em virtude da tragédia neoliberal de Macri, mas nem por isso o imperialismo cogita em apoiar uma tentativa de golpe portenho.
Independentemente das posições sobre a atual conjuntura venezuelana, é nossa tarefa advogar com amplitude pela paz na América Latina e pelo respeito à soberania do povo venezuelano. Independentemente de eventuais erros do Governo Maduro, após as sucessivas investidas imperialistas na América Latina, em uma nova onda golpista, não faz sentido qualquer posição revolucionária que não seja pela paz na região, pela autodeterminação do povo venezuelano, e pelo respeito à soberania da Venezuela.
Fora ianques da Venezuela!
O povo brasileiro deseja paz ao povo venezuelano e respeita a sua soberania!
Brasil, 23 de janeiro de 2019.
Secretaria de Comunicação e Secretaria de Relações Internacionais da Organização A Marighella – CPR.