O fracasso da greve geral de 5 de dezembro, desorganizada pelas próprias centrais sindicais, que se entregam periodicamente a uma cega esperança de que o Governo Temer criará um novo imposto sindical (ou que vai liberar valores retidos desse imposto por falhas em documentações (cerca de R$ 500 milhões)), um boato que surge sempre perto da data dos atos contra as reformas neoliberais, abriu uma grande reflexão entre sinceros lutadores e lutadoras: qual o melhor método para lutar contra a reforma da previdência?
Uma coisa é certa: do jeito que está não dá! A reforma trabalhista passou sem resistência, outras atrocidades do Governo Temer seguem a passar sem efetivo combate, e o fim do direito à aposentadoria está próximo de ocorrer caso não aconteça uma enorme articulação para impedir mais esse absurdo!
Fundamental é repensar as ações da tradição recente do sindicalismo brasileiro. A expressão “greve geral” tem significado atualmente na prática um “parou geral”, ou simplesmente uma data, ou um período de horas de paralisação geral. Pois greve demanda um lapso temporal maior. Além disso, o que tem sido percebido é que as mobilizações na imensa maioria das categorias ocorrem de maneira abertamente exógena, com baixo diálogo com a base sindical, sendo visto diversas vezes como um período de folga ou de breve descanso para maioria da base.
Para piorar, devido a uma série de equívocos, as centrais sindicais e os próprios sindicatos encontram-se com baixa representatividade política e social, e claro, a criminalização da política colabora nesse processo. Inclusive, mesmo lutando pelo direito à aposentadoria, as lideranças das manifestações são frequentemente hostilizadas por populares que esbravejam a reprodução da criminalização política contra os organismos sindicais, com a notória ofensa de “vai trabalhar vagabundo”.
Por tudo isso, é indispensável inovar na luta contra a reforma da previdência. Assumir essa luta com um organismo que facilite as mobilizações, que não esteja no radar da criminalização política, nem mesmo esteja à disposição da vontade das centrais sindicais. Forjar algo semelhante do ponto de vista da identidade estética (somente!) às manifestações verde-amarelas do golpismo. Usar a arma do inimigo contra o inimigo!
E claro, alcançar gigantes mobilizações e radicalizar nas ações para enfim barrar a reforma da previdência!