A Organização A Marighella – Construção do Partido Revolucionário -, por meio de sua Secretaria de Comunicação, resolve disponibilizar a breve orientação para a reta final do primeiro turno presidencial, que antes seria restrita a sua militância. No entanto, tendo em vista o volume massivo de apoiadores independentes de Ciro Gomes, nosso candidato à Presidência da República, disponibilizamos esta orientação para o justo diálogo também com esses. A presente orientação divulga igualmente a listagem marighellista de votos aos demais cargos em disputa nos estados onde existimos.
1. O cenário eleitoral nacional está totalmente em aberto. Ainda que as pesquisas, em sua maioria, sustentem um encaminhamento definitivo entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), compreende-se que tanto Ciro Gomes (PDT) quanto Geraldo Alckmin (PSDB), ambos por diferentes fatores, estão vivos na disputa pela ida ao segundo turno. A candidatura que de fato desidratou foi a de Marina Silva (REDE), assim como as demais não conseguiram decolar por diversos motivos. Historicamente colocada como uma possível terceira via entre petistas e tucanos (mesmo que não fosse), Marina Silva encontra-se com muita dificuldade por suas erráticas escolhas recentes (apoio a Aécio Neves em 2014, e apoio ao impeachment em 2016), e por conta da ofensiva natural de Ciro Gomes sobre o seu eleitorado nem petista nem tucano.
2. Independentemente de pesquisa, a resistência de Ciro justifica-se pela acumulação de mais de dois anos de caminhada pelo Brasil por meio de palestras, debates, conferências, e tantos outros eventos que marcaram lugares por onde o ex-governador do Ceará passou. Além disso, o voto de partida em Ciro é um voto que foi conquistado pela razão, e não pela emoção de campanha, sendo assim um voto quase imutável nesta eleição. Primeiro porque é resultado de uma verdadeira pré-campanha propositiva, programática, e realista sobre o país, segundo porque o velho eleitorado nacionalista e popular, alcunhado por trabalhista, de Leonel Brizola, esteve adormecido e majoritariamente compromissado com o projeto lulista-petista desde 2003 (mesmo com o breve acidente de percurso em 2006 com Cristovam Buarque). O despertar brizolista com Ciro é um fato novo não só na eleição, mas será um possível fato novo na conjuntura em breve. Com a menor rejeição entre os candidatos viáveis, com a militância mais qualificada na formação de opinião, e com o programa mais avançado na transformação real da vida dos brasileiros, é nítido que Ciro está na briga pelo segundo turno! Mas para chegar lá, a campanha, sobretudo os livres apoiadores, nada engessados, necessitam agora explorar mais e mais os aspectos emocionais, com foco em especial na garantia de que somente Ciro Gomes pode com tranquilidade vencer Bolsonaro e enterrar o golpismo, libertando o Brasil desse período de turbulência institucional e de crise econômica, e impedindo o triunfo assustador do fascismo. E claro, expor as contradições e limites da candidatura petista, alertar sobre o risco de um segundo turno entre PT e Bolsonaro, além de potencializar a visualização dos debates televisivos desta reta final, nos quais a tendência é novamente Ciro ir bem.
3. Geraldo Alckmin, por sua vez, não pode ser excluído do certame por conta da ainda forte máquina eleitoral tucana, bem estruturada e fincada sobre um latifúndio de tempo de TV/Rádio, que costuma ter resultado prático nos últimos dias de campanha. Além disso, o ex-governador de São Paulo, após inúmeros equívocos, parece ter finalmente acertado a linha de sua campanha: buscar ser o líder do antipetismo apontando os limites de Bolsonaro e assustando o eleitorado reacionário com o risco da volta do PT. Reservadas as naturais diferenças, a tática de Alckmin antecipando o debate do segundo turno é semelhante a de Ciro, com a diferença que falamos a verdade ao apontar que o risco maior e mais próximo é obviamente a vitória de Bolsonaro. De toda maneira, mesmo com todas as dificuldades criadas pelo fenômeno do “bolsonarismo”, germinado por anos dentro do ninho tucano, Alckmin segue na disputa, e seu crescimento nos próximos dias é possível. Talvez não o suficiente para ele chegar ao segundo turno, mas o necessário para surpreendentemente retirar Bolsonaro do segundo turno, permitindo o melhor cenário para o campo progressista e o mais difícil de acontecer: um segundo turno histórico entre Ciro Gomes e Haddad.
4. Na mesma esteira, deve ser revigorada a convocatória entre apoiadores de Ciro Gomes para a participação das manifestações contra Bolsonaro no próximo dia 29 (sábado). A mobilização nas redes “Ele Não”, mesmo sendo nebulosa, e de propriedade oculta, deve ser enfim disputada nas ruas pelos apoiadores e pelas apoiadoras de Ciro Gomes. A luta maior será nas ruas, haja vista que lamentavelmente estão surgindo estranhas determinações “espontâneas” de que os atos contra Bolsonaro serão “apartidários” e que não podem ter materiais de campanhas eleitorais, isso em meio a uma das eleições mais importantes de nossa história, na qual Bolsonaro possui chance real de ser eleito. A terminologia correta é a de que esses atos deveriam ser suprapartidários, e a definição coerente com a realidade é a de que todas as campanhas eleitorais progressistas deveriam ser bem aceitas e estimuladas na justa tarefa de derrotar Bolsonaro. Entretanto, a tal determinação “apartidária” tem sentido: preservar o antibolsonarismo difuso, pois ele tende naturalmente a entrar no campo gravitacional petista, na medida em que Bolsonaro e sua campanha fascistoide miram ataques constantes contra o PT. Na prática, antibolsonarismo e antipetismo crescem em uma mútua dependência nestas eleições. Assim, a nebulosidade e o caráter oculto de quem criou ou fomentou excessivamente o fenômeno “Ele Não” começam a ganhar nitidez. Ao longe, o objetivo é fortalecer a tendência de um segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.
5. Por isso, é tarefa urgente das apoiadoras e dos apoiadores de Ciro Gomes a participação dos atos contra Bolsonaro no próximo sábado (29) em necessário exercício de campanha eleitoral (“Ele Não! Ciro Sim!”). É preciso agitar mais e mais que somente Ciro Gomes pode vencer Bolsonaro e enterrar o golpismo! E não se chega a essa conclusão por causa de pesquisas eleitorais, inclusive denunciar que as pesquisas eleitorais historicamente erram e visam sempre a concretização de tendências comportamentais do eleitor, tendências essas que são objetivos de quem financia tais pesquisas, enfim, denunciar as pesquisas eleitorais sempre foi tarefa da esquerda, e a campanha de Ciro precisa aumentar o tom sobre isso, pois no que depender dos institutos, Ciro desaparecerá em breve. A conclusão de que somente Ciro Gomes pode vencer Bolsonaro e enterrar o golpismo se dá pela análise concreta de que o antipetismo, sentimento enraizado por décadas, é maior do que o antibolsonarismo, fenômeno recente de resposta ao crescimento do fascista. Dessa forma, Ciro tem maior capacidade de aglutinação de forças políticas para o combate no segundo turno. Todas as principais candidaturas manifestariam apoio a Ciro, e a tendência de transferência de votos seria alta. Já Haddad teria que lidar com o isolamento do antipetismo. Marina, Alckmin e Alvaro Dias possuem todas as justificativas para anular, de uma forma ou de outra, e seus eleitores apresentam comportamentos de que até votariam em Bolsonaro, mas jamais no PT. Essas candidaturas foram forjadas no antipetismo. Henrique Meirelles e o poderoso PMDB (hoje MDB), legenda de Temer, possui inclinação para Bolsonaro, mesmo com algumas lideranças apoiando Haddad. Vale lembrar que o PT montou uma coligação claramente na marra, com distribuição de seu fundo eleitoral (o segundo maior, com R$212,2 milhões) para a legenda golpista PROS no valor de R$4,5 milhões (até a presente data). Isso sem mencionar em outras articulações ainda não contabilizadas, por exemplo para garantir a neutralidade do PSB e o deslocamento do “centrão” para Alckmin. Haddad no segundo turno só receberia apoio de Ciro, dentre as principais candidaturas. E mesmo assim, infelizmente, expressiva parcela do eleitorado de Ciro é marcada pelo antipetismo, sendo natural que esse não pequeno setor se anule ou vote em Bolsonaro, evidentemente contra a vontade da direção da campanha de Ciro Gomes. São essas evidências e muitas outras que sustentam a afirmação inconteste de que somente Ciro Gomes (dos 2 (dois) candidatos progressistas viáveis: Ciro e Haddad) pode vencer Bolsonaro e enterrar o golpismo. Somente Ciro pode enterrar o golpismo porque a sua eleição desorganiza os movimentos golpistas, que possuem uma bandeira única (contra a corrupção do PT), e ataca fortemente dois setores financiadores e articuladores do golpe: os bancos privados e o imperialismo ianque.
6. Não por acaso o mercado financeiro (os banqueiros) e a maioria dos setores que conduzem o golpe já escolheram o segundo turno “do sonho” deles (e do pesadelo nacional): Bolsonaro e Haddad. Duas candidaturas que representam eventuais governos que serão facilmente sequestrados por aqueles setores. Bolsonaro desde o começo ofereceu a sua candidatura aos “barões” dos bancos e ao imperialismo, o seu projeto ultrapersonalista veste o programa do rentismo e do entreguismo há muito. E Haddad não possui condições de governabilidade nem terá sossego institucional, haja vista a contínua hiperjudicialização da política e a reconhecida inabilidade do PT nesse e em outros temas que exigem coragem e resistência, isso indica, portanto, que a tendência de eventual governo Haddad é o prolongamento do desastroso segundo governo Dilma Rousseff com seu impopular ajuste fiscal, ou seja, mais gasolina para a retomada do antipetismo incendiário, com o agravante das possíveis eleições de lideranças reacionárias das manifestações golpistas no Congresso Nacional, nos parlamentos estaduais e nos governos estaduais, além de um candidato presidencial fascista fortalecido nas urnas, pois, mesmo perdendo, Bolsonaro sairá de 2018 muito maior.
7. Qualquer projeção de cenário em eventual governo Haddad ou governo Bolsonaro é de grave crise institucional, gritante instabilidade política, massivas manifestações antes mesmo da posse, prolongamento do caos econômico, e alto risco de perda das mínimas liberdades democráticas, seja com um golpe mais agressivo contra Haddad, seja com um autogolpe no governo Bolsonaro, conforme dito pelo seu candidato a vice, um general da reserva adorador do torturador Ustra e incentivador de uma nova constituição sem participação popular (constituição retrógrada). Somente Ciro Gomes pode executar um programa de avanços sociais e populares com um plano nacional de desenvolvimento econômico, isto é, um projeto nacional e popular, e ao mesmo tempo, criar um clima de estabilidade institucional e normalidade democrática no país.
8. Votar em Ciro Gomes é votar pela paz, pela democracia, pela tolerância, pela diversidade, pela soberania nacional, pelo desenvolvimento econômico, pelo progresso, e pela própria sobrevivência física e liberdade política da esquerda, seja a revolucionária, a nossa (da Organização A Marighella – CPR), seja a democrática (das legendas da ordem burguesa)! Votar em Ciro Gomes é um gesto de amor ao Brasil e de esperança em nossa brava gente! É hora da virada: agitar e propagar mais e mais que somente Ciro Gomes pode vencer Bolsonaro e enterrar o golpismo!
Por fim, segue a listagem final de voto dos comunistas da A Marighella – CPR nos estados onde existimos (eventuais indefinições, seja por conjuntura local, seja por ser Coluna em formação, serão definidas e atualizadas nesta orientação de reta final até 28/09/2018):
RJ: Pedro Fernandes 12 (Governador); Martha Rocha 12040 (Deputada Estadual); Chico d’Ângelo 1210 (Deputado Federal); José Bonifácio 123 (Senador); e Chico Alencar 500 (Senador).
SP: Marcelo Cândido 12 (Governador); Gabriel Cassiano 12000 (Deputado Estadual); Sebastião Almeida 1234 (Deputado Federal); Antonio Neto 123 (Senador); e Eduardo Suplicy 131 (Senador).
RS: Jairo Jorge 12 (Governador); Juliana Brizola 12001 (Deputada Estadual); Pompeo de Mattos 1212 (Deputado Federal); Paulo Paim 131 (Senador); e Romer Guex 500 (Senador).
MG: Fernando Pimentel 13 (Governador); Fábio Zavitoski 12007 (Deputado Estadual); Gabriel Quintão 1223 (Deputado Federal); Fábio Cherem 123 (Senador); e Dilma Rousseff 133 (Senadora).
DF: Rollemberg 40 (Governador – Voto Crítico); Fábio Felix 50.123 (Deputado Distrital); legenda PDT 12 (voto na legenda do PDT para deputado federal); Chico Leite 180 (Senador); Marivaldo Pereira 500 (Senador).
Brasil, 26 de setembro de 2018; ao 107º ano de imortalidade do Comandante Carlos Marighella.
Secretaria de Comunicação da Organização A Marighella – Construção do Partido Revolucionário