Em razão da lembrança histórica do aniversário de 137 (ou 138) anos do Camarada Stalin, compartilhamos novamente o texto publicado no ano passado em forma de homenagem ao grande Camarada.
“Há uma pequena divergência sobre a data de nascimento de Iossif Vissarionovitch Djugashvil, que depois seria chamado Josef Vissarionovitch Stalin, ou simplesmente nosso eterno Camarada Stalin. O que consta nos registros gerais de Gori, da velha Geórgia, do vasto império russo, é de que Stalin teria nascido no dia 21 de dezembro de 1879. No entanto, diversas investigações históricas apontam para a data de 18 de dezembro de 1878.
De qualquer modo, pouco sentido faz a diferença de 3 dias. O que de fato faz sentido é lembrar todo ano a presença constante do Camarada Stalin em nossas atividades e tarefas revolucionárias.
Filho de uma costureira e de um sapateiro, nascido em uma pequena cabana na cidade georgiana de Gori, Stalin teve uma infância difícil e muito pobre. Stalin foi um verdadeiro sobrevivente, e assim seria a vida toda.
O jovem Koba abandonaria o seminário religioso para se dedicar a construção do maior Partido Comunista da história. O Partido Bolchevique contou com a vida de Stalin desde cedo. Koba (um de seus nomes clandestinos) não hesitaria em realizar as mais duras tarefas e a passar períodos de reclusão nos presídios czaristas. Homem de Partido por toda vida, Stalin era daqueles imprescindíveis.
Continuador da obra de Lenin, de Marx e Engels, Stalin sintetizou a diferença histórica entre marxistas-leninistas, tão logo verdadeiros comunistas, e revisionistas de todo o tipo, e traidores de toda forma. Stalin liderou a construção da maior Pátria Socialista. A União Soviética vivenciou dias gloriosos até a despedida física do Camarada. Era um tempo de vitórias e muita esperança.
E a esperança por uma nova humanidade cresceu demasiadamente após a heroica resistência de Stalingrado e de todo o povo soviético contra o nazifascismo. As hordas hitlerianas foram massacradas diante da força do povo e do Exército Soviético, então dirigidos pela bravura do Camarada Stalin. Bravura que pode ser marcada pela lembrança do discurso de 7 de novembro de 1941, quando Stalin determinou que a parada da vitória, ora comemoração anual da Revolução Russa, fosse realizada mesmo com a proximidade das tropas nazistas de Moscou. Contrariando qualquer lógica militar, Stalin desafiou o impossível, desafiou a tola imaginação dos comuns, e fez daquele discurso o marco da virada da Grande Guerra Patriótica.
Era notório que os capitalistas e imperialistas desejavam a destruição da grande pátria socialista, e o desmantelamento por completo da ousadia da luta dos povos por sua emancipação. E não por acaso fizeram vistas grossas quando os nazistas invadiram a União Soviética. Todavia, o que nem a burguesia internacional nem o nazismo esperavam era que sob a inexorável direção do Camarada Stalin, o povo e as forças armadas da União Soviética venceriam o nazifascismo, hasteariam a bandeira socialista da Pátria Soviética sobre o Reichstag, e acabariam definitivamente com o risco de ver um mundo tomado pelo pensamento e ação fascista, um mundo absurdamente pior e mais cruel do que esse. O triunfo da grande guerra patriótica foi uma vitória pela salvação da humanidade, foi uma vitória pela afirmação de uma ideologia, foi uma vitória pela continuidade do sonho.
Podemos admitir alguns erros no cometimento do Camarada Stalin. Contudo, na dialética da História, Stalin mais acertou do que errou. E se errou foi por ter incansavelmente buscado a vitória final. E não se pode negar que o maior de seus erros foi não ter conseguido alicerçar um processo natural de sucessão, o que poderia ter evitado a desestruturação revisionista que encaminhou a destruição da União Soviética, carimbada pelo golpe final da contra-revolução em 1991. Mais do que um simbólico começo do fim da União Soviética, a partir das infâmias lançadas contra o Camarada Stalin iniciou-se um longo período de alto divisionismo no movimento comunista internacional, período até hoje não freado.
Há que se observar que o Comandante Marighella jamais poupou esforços no reconhecimento da genialidade do Camarada Stalin. Porém, Marighella sempre tomou partido pela construção pátria do Socialismo. Para o Comandante Marighella, e para nós, o Socialismo no Brasil é obra a ser construída pelo povo brasileiro, e não um arranjo de modelos de outras pátrias socialistas. A decisão que Marighella tomou ao conhecer as mentiras do discurso secreto (do XX Congresso do PCUS em 1956) foi mais profunda e distinta do que se ventila. Marighella rompeu com a submissão do Partido Comunista do Brasil (PCB) ao Partido Comunista da União Soviética (PCUS). Não sabendo se era verdade ou mentira, em prantos, diante do discurso secreto, que tempos mais tarde seria descoberto ter sido uma farsa imperialista,Marighella tomou a decisão de romper totalmente com a característica acessória do Partido Comunista do Brasil (PCB) nos rumos de sua própria construção partidária, haja vista a total submissão ao PCUS.
Válido lembrar que um grande equívoco histórico do movimento comunista internacional sempre foi a obediência aos ditames de Moscou, ou da China, ou de outras pátrias socialistas, como tais fossem faróis singulares do socialismo. Cada realidade de um povo e de uma nação demanda análise e caminho concreto adequado àquela realidade. Essa foi a mais forte decisão do Comandante Marighella ao tomar conhecimento do famigerado “discurso secreto”. Não foi, como maldizem, a decisão de romper com o “stalinismo”. Ao contrário, Marighella jamais realizou qualquer revisão sobre o período de Stalin, e mesmo anos depois, a ALN (Ação Libertadora Nacional) manteria o marxismo-leninismo como orientação ideológica. E da condição de comunista, o Comandante Marighella jamais renunciaria.
Assim sendo, A Marighella presta homenagem a esse grande militante e dirigente comunista. Defendemos abertamente todas as experiências revolucionárias que ousaram a construção do Socialismo. E defendemos todos aqueles e aquelas, homens e mulheres, que colocaram suas vidas à disposição do sonho de um novo mundo, à disposição da libertação da humanidade. Stalin é um desses. Stalin é um guia de genialidade aos povos em luta. Stalin é a firmeza no combate ao fascismo, em defesa da humanidade.
Algumas forças políticas possuem dificuldade na compreensão da importância da defesa do legado stalinista. E muitas vezes, mesmo sabendo da indispensabilidade do Camarada Stalin, evitam a sustentação de sua política por receio da reação anticomunista. Nós temos certeza da tomada de partido, nós temos consciência da contra hegemonia ao discurso capitalista denunciador de Stalin, nós temos lado pela contra-corrente sempre tortuosa aos camaradas que assumem verdadeiramente a defesa do Socialismo. Ao contrário do que pensam os covardes, nós acreditamos que a reivindicação da obra e do legado do Camarada Stalin, e de tantos outros camaradas igualmente odiados pela burguesia, deve ser constante justamente para combater o anticomunismo. Tanto é assim que nossa Organização leva o nome do maior líder revolucionário do Brasil, um homem também odiado pela burguesia e pelo imperialismo.
Aos 136 anos de Revolução, Socialismo e Antifascismo, A Marighella afirma: Camarada Stalin, presente!”
ODE A STALIN (Pablo Neruda)
Camarada Stalin, eu estava junto ao mar na Ilha Negra,
descansando de lutas e de viagens,
quando a notícia de tua morte chegou como um choque de oceano.
Foi primeiro o silêncio, o estupor das coisas, e depois chegou do mar uma onda grande
de algas, metais e homens, pedras, espuma e lágrimas estava feita esta onda.
de história, espaço e tempo recolheu sua matéria
e se elevou chorando sobre o mundo
até que diante de mim veio para golpear a costa
e derrubou em minhas portas sua mensagem de luto
com um grito gigante
como se de repente se quebrasse a terra.
Era em 1914.
Nas fábricas se acumulavam sujeiras e dores.
Os ricos do novo século
repartiam-se a dentadas o petróleo e as ilhas, o cobre e os canais.
Nem uma só bandeira levantou suas cores
sem os respingos do sangue.
De Hong Kong a Chicago a polícia
buscava documentos e ensaiava a metralhadoras na carne do povo.
As marchas militares desde a aurora
mandavam soldadinhos para morrer.
Frenético era o baile dos estrangeiros
nas boates de Paris cheias de fumo.
Sangrava o homem.
Uma chuva de sangue
caía do planeta,
manchava as estrelas.
A morte estreou então armaduras de aço.
A fome
Nos caminhos da Europa
foi como um vento gelado aventando folhas secas e quebrantando ossos.
O outono soprava os farrapos.
A guerra havia eriçado os caminhos.
Olor de inverno e sangue
emanava da Europa
como de um matadouro abandonado.
Enquanto isso os donos
do carvão,
do ferro,
do aço,
do fumo,
dos bancos,
do gás,
do ouro,
da farinha,
do salitre,
do jornal El Mercúrio,
os donos de bordéis,
os senadores norte-americanos,
os flibusteiros
carregados de ouro e sangue
de todos os países,
eram também os donos
da História.
Ali estavam sentados
de fraque, ocupadíssimos
em dispensar-se condecorações,
em presentear-se cheques na entrada
e roubá-los na saída,
em presentear-se ações da carnificina
e repartir-se a dentadas
pedaços de povo e de geografia.
Então com modesto
vestido e gorro operário,
entrou o vento,
entrou o vento do povo.
Era Lenin.
Mudou a terra, o homem, a vida.
O ar livre revolucionário
transtornou os papéis
manchados. Nasceu uma pátria
que não deixou de crescer.
É grande como um mundo, mas cabe
até no coração do mais
humilde
trabalhador de usina e oficina,
de agricultura ou barco.
Era a União Soviética.
Junto a Lenin
Stalin avançava
e assim, com blusa branca,
com gorro cinzento de operário,
Stalin,
com seu passo tranqüilo,
entrou na História acompanhado
de Lenin e do vento.
Stalin desde então
foi construindo. Tudo
fazia falta. Lenin
recebeu dos czares
teias de aranha e farrapos.
Lenin deixou uma herança
de pátria livre e vasta.
Stalin a povoou
com escolas e farinha,
imprensas e maçãs.
Stalin desde o Volga
até a neve
do norte inacessível
pôs sua mão e em sua mão um homem
começou a construir.
As cidades nasceram.
Os desertos cantaram
pela primeira vez com a voz da água.
Os minerais
acudiram,
saíram
de seus sonhos escuros,
levantaram-se,
tornaram-se trilhos, rodas,
locomotivas, fios
que levaram as silabas elétricas
por toda extensão e distância.
Stalin
construía.
Nasceram de suas mãos
cereais,
tratores,
ensinamentos,
caminhos,
e ele ali
simples como tu e como eu,
se tu e eu conseguíssemos
ser simples como ele.
Porém aprenderemos.
Sua simplicidade e sua sabedoria,
sua estrutura
de bondoso coração e de aço inflexível
nos ajuda a ser homens cada dia,
diariamente nos ajuda a ser homens.
Ser homens! É esta
a lei Staliniana!
Ser comunista é difícil.
Há que aprender a sê-lo.
Ser homens comunistas,
é ainda mais difícil,
e há que aprender de Stalin
sua intensidade serena,
sua claridade concreta,
seu desprezo
ao ouropel vazio,
à oca abstração editorial.
Ele foi diretamente
desenlaçando o nó
e mostrando a reta
claridade da linha,
entrando nos problemas
sem as frases que ocultando
o vazio,
direto ao centro débil
que em nossa luta retificaremos
podando as folhagens
e mostrando o desígnio dos frutos.
Stalin é o meio-dia,
A madureza dos homens e dos povos.
Na guerra o viram
as cidades queimadas
extrair do escombro
a esperança,
refundida de novo,
fazê-la aço,
a atacar com seus raios
destruindo
a fortificação das trevas.
Mas também ajudou as macieiras
da Sibéria
a dar suas frutas debaixo da tormenta.
Ensinou a todos
a crescer, a crescer,
plantas e metais,
criaturas e rios
ensinou-lhes a crescer,
a dar frutos e fogo.
Ensinou-lhe a Paz
e assim deteve
com seu peito estendido
os lobos da guerra.
Diante do mar de Ilha Negra, na manhã,
icei a meia haste a bandeira do Chile.
Estava solitária a costa e uma névoa de prata
se mesclava à espuma solene do oceano,
Em metade do seu mastro, no campo de azul,
a estrela solitária de minha pátria
parecia uma lágrima entre o céu e a terra.
Passou um homem do povo, saudou compreendendo,
e tirou o chapéu.
Veio um rapaz e me apertou a mão.
Mais tarde o pescador de ouriços, o velho búzio
e poeta,
Gonzalito, acercou-se para acompanhar-me sob a bandeira.
“Era mais sábio que todos os homens juntos”, me disse
olhando o mar com seus velhos olhos, com velhos
olhos do povo.
E logo por longo instante não nos falamos nada.
Uma onda
estremeceu as pedras da margem.
“Porém Malenkov agora continuará sua obra”, prosseguiu
levantando-se o pobre pescador de jaqueta surrada.
Eu o fitei surpreendido pensando: como, como o sabe?
De onde, nesta costa solitária?
E compreendi que o mar lhe havia ensinado.
E ali velamos juntos, um poeta
um pescador e o mar
ao Capitão remoto que ao entrar na morte
deixou a todos os povos, como herança, a vida.