O Governo de Lenín Moreno traiu o povo equatoriano desde o começo, além de ter traído a já limitada e combalida “Revolução Cidadã”, então liderada por Rafael Correa de 2007 a 2017 sendo parte da onda “progressista” da América Latina. Desde que foi eleito, Lenín tem adotado uma política de ajuste fiscal com inúmeras medidas impopulares. Igualmente, o governo equatoriano atual rompeu seus laços com os povos latino-americanos, dialogando de modo submisso diretamente com o imperialismo ianque e com seus braços internacionais, especialmente o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Recentemente, o Governo de Lenín Moreno resolveu aplicar um pacote econômico que aumentou o preço dos combustíveis em mais de 100%, retirando inclusive ações compensatórias da população indígena, ora setor importante do povo equatoriano. Vale lembrar que o Equador é um Estado Plurinacional desde 2008, tendo muito forte a organização dos trabalhadores indígenas. Fato é também que a crise econômica no Equador está enorme. E um dos maiores erros da Revolução Cidadã de Correa foi não ter derrubado a dolarização da economia equatoriana, e não ter consolidado um plano nacional de desenvolvimento com a industrialização do país.
Motivos, por óbvio, não faltam para o povo do Equador se levantar. A rebelião popular tomou conta do país. A casa parlamentar – sede da Assembleia Nacional do Equador – foi tomada ontem (8 de outubro). O traidor e covarde Lenín Moreno fugiu de Quito, transferindo a sede do Governo para Guaiaquil, com isso ele pretende ganhar tempo para desmobilizar as massas populares, além de intensificar a repressão e as prisões das lideranças.
Entretanto, mesmo com limitações ideológicas desde a sua fundação, mesmo criticando o extrativismo sem indicar um caminho econômico de desenvolvimento industrial, e ainda que distante de pautar o Socialismo, a CONAIE – Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador -, entidade que lidera as mobilizações, tem demonstrado ser uma força política mobilizadora, de âmbito nacional, popular, combativa, de massas, e capaz de abrir diálogos fundamentais com setores baixos (e corajosos) das Forças Armadas. Resta saber qual plataforma política e qual caminho tomará a força expressada nas ruas pela CONAIE e demais grupos menores. Não há dúvida de que o Equador vive uma experiência singular e de perspectiva aberta, sendo possível uma tomada revolucionária. Todavia, ainda não temos informações suficientes para reconhecer uma força política com tal capacidade, nem mesmo enxergamos que essa seja a alternativa pretendida pela CONAIE, tendo em vista que essa entidade funciona com uma lógica típica de “movimento popular”.
Desde o Brasil, A Marighella – CPR, nesta data de memória pelo Comandante Che Guevara, manifesta o seu total apoio e a sua irrestrita solidariedade ao povo equatoriano! Que a lembrança de Guevara aponte o caminho do Socialismo para o Equador! Que o exemplo combativo do povo equatoriano anime a brava gente brasileira na luta contra a tragédia do Governo Bolsonaro!
O imperialismo pode anotar… A América Latina vai ser toda Socialista! Venceremos!
O Comando Nacional da Organização A Marighella – CPR.
Brasil, 09 de outubro de 2019; ao centésimo oitavo ano de imortalidade do Comandante Carlos Marighella.